quinta-feira, 19 de junho de 2014

Queridos; amigas, amigos e familiares
Todas as orações, pensamentos, torcida e poemas estão sendo ouvidos e transformados no maior milagre que podíamos receber. O milagre da vida.
Diante de toda complexidade, incertezas e riscos,inexplicavelmente o Poeta está bem.  Está na UTI, mas está bem. Eu lhes asseguro com a maior porção de amor que um coração pode guardar.
Nosso Deus é poderoso!  É o Deus do impossível! É aquele que disse EU SOU. Sou o caminho, a verdade e a vida.
Quando não havia mais caminhos ELE apareceu e cavoucava uma trilha por onde passamos todos esses dias. Quando a verdade era apresentada na forma mais saudosa e dolorida ELE trouxe o bálsamo e as pomadas curativas e suspendeu todas as fadigas e devolveu o fôlego e botou  cor nos lábios e os olhos se abriam para outra verdade.
Quando a vida foi um fiozinho tênue de um sono constante e silêncio tristonho eu pedi socorro e   ELE também veio madrugada a dentro e soprou vida e o Poeta sorriu e pediu comida e deu caminhadinha pelo quarto aceso.
Ontem passaria por um procedimento cirúrgico de urgência. Ficou catorze horas em jejum e no centro cirúrgico a equipe percebeu um baixo índice de saturação de oxigênio. Me chamaram as pressas para informar da suspensão de cirurgia. Permaneci do lado de fora mais de uma hora encostada na parede escutando o tilinar das decisões e entregando-o ao nosso Deus.
Quando pude entrar para acompanha-lo até a UTI ele estava sorrindo e tremendo. Pus a mão na testa pálida e ele disse todo prosador imitando o Chicó do Auto da Compadecida: “É fome”.
Fui junto até o quarto da Unidade de Terapia Intensiva segurando no seu braço magrelo e  todo picado de agulhadinhas. Conscientíssimo e falador lembrou-me de todas as contas a pagar, das desmarcações de consultas, do licenciamento do carro, dos consertos domésticos e de outras coisinhas aleatórias.
Permaneço aqui certa que o meu milagre está chegando na inteireza dos dias, no avivar das promessas, na piedade de Deus e nos acenos amorosos de vocês.
Um abraço de irmã, apertado com mil lágrimas de esperança a vazar pelos olhos.

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