quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Fiz essas rimas fraquinhas, mês passado quando nosso amigo Oscar fez sua passagem.
Dedico a Angela Tuti e Eliane Fera.
Gente, cês nem imaginam
como o céu está contente 
mais festivo e elegante
mais clarinho e diferente
filosófico e engraçado
pelos meninos da gente
O Poeta combinou
que chegaria primeiro
com seu ar de prosador
esperançoso e faceiro
depois chamou o Oscar
cientista e companheiro
Os anjos todos vestidos
com túnicas bem cintilantes
tratam com delicadeza
esses dois moços importantes
Jesus também os recebe
com seu jeito cativante
Chama-os de filho e queridos
apresentando a morada
diz pro Poeta: Eu proíbo
cerveja de madrugada!
diz pro Oscar: Esse Sócrates
não sabia escrever nada!
Vocês agora tomem tento
com o que vão aprontar
nada de teima ou de zanga
se sujou irão limpar
vou falar para os da terra
que eles parem de chorar
Eles parem de chorar
que tudo aqui é melhor
não tem mais câncer, nem funck
razinzas de cafundó
o barulho mais ouvido
é canto de rouxinol
Não há fofoca nem dor
contas pra pagar? Tem não
não há pirraça, ou inveja
avareza, maldição
só bem querência celeste
e amor de coração.
Um abraço em Todos.
A Saudade amorosa continua abundante aqui na minha roça...

segunda-feira, 22 de setembro de 2014


Se ao menos você não tivesse sido esse moço tipicamente bom e bem humorado. Se não tivesse me amado tanto e sido tão fiel sempre.

Se ao menos você tivesse dado algum motivo para zangar-me contigo, tivesse sentido ciúmes, ou alteado a voz quando minha pessoa entupia a pia com talinhos de macarrão e casca de cebola...

Se ao menos você tivesse esquecido alguns detalhes; datas, providências, mas você cuidou de tudo e nunca esqueceu nada. Se os teus sinais não estivessem tão impressos em todos os nossos locais de acesso, eu e Brisa até poderiamos ir ao SESC tomar um café, ver o por de sol no deck do Banhado, poderíamos ir ao Mercadão tomar um pingado com pastel de queijo bem tostadinho ou passear no Parque Vicentina Aranha, fotografar as galinhas de angola que engordam com sementinhas de capim. Mas em todas as portas tem seus recados. Em todas as fontes tem seu respingo, em todas as feiras tem flor e caqui. Em toda melodia tem as claves que você gostava. O jeito é ficar nessa lonjurona de céu em silêncio com os olhos cheios do aroma de seu hálito.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ela abre meu dia com a ponta do olhar mais raro.
Identifica-se com meus querubins e quimeras.
Faz cantiga de realejo pontilhada de saudades.
Chora comigo pelo fio da presença que o tempo nos privou.
É de princípios íntegros bem puxados pra ternura.
Ajuda-me a perceber que somos uma unidade de sentidos. Perdoa minhas falhas, lacunas e defeitos. Vive a perder coisas; meias, livros, lixa de unha, prendedor de cabelo.
Não é dada às planilhas e números. Aprendeu com o pai as escolher as metáforas que libertam. Aprendeu comigo a importância de conhecer os salmistas. Não gosta do assédio das borboletas e detesta gaiolas. Ajusta meus caminhos, me cura com suas setas e pomadas de estribilho.
Recita poemas, contorna minhas pedras, dar palpites de elevo e ultimamente anda elogiando minha comida.
Vem da linhagem dos que ousam e, dedica-se ao esmero dos detalhes.
Sua luz de suavidade vai sempre conservar a epiderme onde broteja  todos os meus sonhos.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014



Fiz uma jantinha de simpleza. Igual as que ele fazia. Na hora de separar a porção para o almoço de amanhã, meus olhos viraram uma cacimbona funda e cheia.
"Seu amor é cebola cortada meu bem/que logo me faz chorar/ Seu amor é espinho de mandacaru que eu gosto de me arranhar". Um beijo em todos de carinhoso tempo. Cuidem bem do seu amor...