Meu namorado não manda flores. Nunca me deu sequer um botãozinho de rosa
amarela de antes-de-ontem, um dentinho de leão desses que nasce singelo nas
brechinhas das fontes. Uma calendulazinha, um vasinho de fortuna, uma violeta
roxa... Nada.
Diz que por respeito e amor não compra, não arranca não
envia flor. Em compensação sempre fez feira de estrela e me guarneceu com
palavras de ponteio amoroso, cativos,
incentivos, enfeites, quermesse, quimera e querubim.
Não me deu uma margaridinha do campo, mas me presenteou com
uma Brisa sonora e suave. Educada, próspera e próxima. Minha petalazinha de
gente linda e amada pra sempre.
Ele também me deu uma janela com vista para o nascer da lua.
Bem rente ao açaizeiro onde os passarinhos em folguedos faz cantoriada.
Meu namorado sempre foi minha certeza mais bem aventurada.
Clarão de meus sonhos. “Rima rica, joia rara”.
Abracinho de AMor em ToDos!
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