quinta-feira, 11 de junho de 2015


Até que chegue amanhã eu penso em ti, irmão meu.
Penso em ti com a força que colore os abrigos mais seguros.
Penso em ti com o silêncio dos morros e com as inquietações remexidas dos que deram certo.
Penso em ti como se os sábados de nossa infância fossem ontem de tardezinha e nossa exclamação infante ainda ressoasse na várzea pelo grande peixe que apanhamos com a tarrafinha do pai. - Uma tilapiazinha sem interesse de tamanho mediano nos botando exultação marítima! -
Até que chegue amanhã eu penso em ti, meu irmão.
Um dia entenderás que Deus mandou o cordeiro e por isso o cutelo não foi usado.
No rio de nossa infância cessaram os peixes e as malvinhas da cerca não se encrespam mais pela presença do capim gordura.
O tempo não é de boas notícias, mas basta pensar em vocês que volto à doçura das fontes, a multiplicação dos pães, e aquele refrão tão conhecido: 
“tudo em volta é só beleza.” 
Isso ameniza e muito, as faltas do meu arcabouço.
Beijos em todos. Dormente de amor.