quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Tem coisas melhor que férias? Tem nada.
Este ano ao contrário de todos os anteriores eu e Brisa resolvemos ficar bem quietinhas no mormaço de nossa palhoça. Nada de saracoteios por veredas que nos botam lembranças. Uma passeadinha em Curitiba e sossego no máximo nos demais dias. Como o joelho esquerdo deu de ficar desmantelado e a orientação médica era repouso completo. Livrei-me de todas as fazeduras de trabalho. Preferi o balanço na rede, comidinha fresca, peixe com pirão. Passeios só pra botar água no pé de caqui que está bem afoito plantado na encosta da grota lá para as bandas da casa da Angela Tuti
De resto foi só leituras, cochilo nas tardes, filmes, conversinhas demoradas com os amigos ao telefone, paródias e risadas com Brisa.
Num desses dias uma amiga fez convite para eu participar de um evento em família e cantar uma cantiga daquelas "simprinha". Brisa disse não. “Não, mãe! PelamordeDeus”.
Puxei o senso dos critérios. - Filho sempre conhece nossa condição- mas com pontas de esperanças no vão dos olhos fiz essa rimazinha.
Ela diz: “Cantiga não
é melhor tu declamar
um poema bem bonito
desses que fala de mar
de saudade, de partilha
de alegria, vigília
ou um cordel popular”.
Sou manquetola eu bem sei
pareço taboca fanha
piabinha enfraquecida
beliscada por piranha
mas sei cantar direitinho
Elpidio, Elba, Oswaldinho
Leo Mandi, Chico e Bethania
Deixe eu cantar filha minha
deixe eu cantar que prometo
comprar na feira de sábado
um bom livro de soneto
quebra- queixo e paçoca
manga, peixe, tapioca
grão de bico e feijão preto.
Ela não deixou. Mas é toda amor. Acabaram-se as férias e daqui a pouco
o mundo cai de cansaço. Beijos e abraços de ternura antiga, em todos.

sábado, 3 de janeiro de 2015

No vão dos olhos tem uma nuvem
que dia sim 
dia não 
ameaça encher o mar 
com o azul da tua falta...