A
Presença Inconstante do Pai na vida dele enternurou a conduta de sua
permanência e delícias.
Ele não se extraviou das formas suaves do afeto para com a filha.
Estava sempre perto. Estendendo a toalha para o café, esquentando a sopa, checando o medicamento, a quantidade do vale transporte, deixando-a dormir “só mais um pouquinho”.
Abraçando-a sem abreviar o choro quando a emoção se avivava.
E ela, de prontidão o esperava chegar do trabalho todas as noites.
"Pai vem ver meu vestido, a música que tirei, a foto que achei. Vem ver meu fichário, Pai!”
Ele não se extraviou das formas suaves do afeto para com a filha.
Estava sempre perto. Estendendo a toalha para o café, esquentando a sopa, checando o medicamento, a quantidade do vale transporte, deixando-a dormir “só mais um pouquinho”.
Abraçando-a sem abreviar o choro quando a emoção se avivava.
E ela, de prontidão o esperava chegar do trabalho todas as noites.
"Pai vem ver meu vestido, a música que tirei, a foto que achei. Vem ver meu fichário, Pai!”
Ele ia.
Mesmo cansado do labor diário, sempre tinha uma escuta, uma piada, um
comentário de humor, um minutinho a mais.
Ela guardava pra ele todas os acordes, os segredos de menina, os acontecidos de viagem, os caprichos e o dom de amar de forma ampla e compensativa.
Para ela a palavra dele valia mais que um devocional apostólico.
Nada trincava quando ele estava por perto. Era a valia preciosa, o senso cuidadativo, a certeza que endossava a risada mais sonora. A bondade que alimentava as borboletas.
Quando pequenina, escondida, escrevia o nome dela nos bilhetes de amor que eu fazia à ele. Descobríamos o delito afetivo e sorríamos os três.
Ela guardava pra ele todas os acordes, os segredos de menina, os acontecidos de viagem, os caprichos e o dom de amar de forma ampla e compensativa.
Para ela a palavra dele valia mais que um devocional apostólico.
Nada trincava quando ele estava por perto. Era a valia preciosa, o senso cuidadativo, a certeza que endossava a risada mais sonora. A bondade que alimentava as borboletas.
Quando pequenina, escondida, escrevia o nome dela nos bilhetes de amor que eu fazia à ele. Descobríamos o delito afetivo e sorríamos os três.
Hoje ela
não pergunta mais por que a noite às vezes fica violeta, nem o motivo de
Deus ter escolhido levá-lo tão cedo.
Procura
no álbum de fotografias antigas, uma foto dos dois, abre um livro de poemas,
escolhe um bem bonito que a gente preferia e posta no Face.
Passa o
domingo silenciosa. Desiste de ir à igreja comigo, alega que as
homenagens sempre trazem muitas lembranças e pouca alegria.
Vai para
casa de pessoas queridas onde tem aniversário e cantoria. As 21h vou buscá-la.
Percebo sua voz emotiva, questiono o acontecido, e ela responde com olhos
marejados:
“Mãe,
homenagearam o avô do Gabriel com a música do Fábio Jr., e eu chorei litros”!
Fiz
silêncio. Exige-se longo tempo e paciência para entender uma ausência. Cada dia
descubro que pra ela há, há sim outra palavra mais doce que o mel...
PAI
“pode crer
eu tô bem, eu vou indo
tô tentando vivendo e pedindo
com loucura pra você renascer...
“pode crer
eu tô bem, eu vou indo
tô tentando vivendo e pedindo
com loucura pra você renascer...
Paaaaaaai!”
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