Ele andou sobre as águas. Dançou com as moças de sua comunidade. Era
dado aos vinhos e fazia discursos bons de ouvir. Chicoteou mercadores e deu
carão em Pedro, chorou de agonia e tremeu de medo.
Devia ter mal hálito e unha encravada. Talvez roncasse e assuasse o nariz de modo estranho.
Seus vizinhos não botavam fé nem achavam graça nas suas feituras, mas ele curou um cego que gritava seu nome desesperadamente, fez viver o filho da viúva que morava em Naim, Lázaro e a filha de Jairo.
Talvez não soubesse nada de carpintaria. Talvez tivesse feito com pedaços de ripa seus primeiros brinquedos. Talvez gostasse do cheiro da madeira ou nunca pegasse no martelo.
Talvez escrevesse sonetos e os declamasse para suas preferidas. Isso de certo a gente nunca vai saber.
Sabemos que era um galileu bronzeado e eloquente. Falava com a autoridade própria dos sábios e com a humildade de uma criancinha amável. Foi pregado no madeiro, mas vive.
Sei que ele andou comigo pelo vale da sombra quando a morte passou pela minha vida. Acudiu-me nos dias de infinita dor e desesperança. Nos latejos da penúria quando gigantes se enfileiravam para jogar setas em minha tenda ele esteve comigo. Nas noites de saudade impune e chororô no travesseiro ele vem e permanece em silêncio e passivo.
Quando fiquei mais precária e trêmula ele passeou comigo. Ensinou-me sobre desertos e na secura mais alta retirou do seu odre a melhor água e me hidratou.
Quando adoeci de ausência ele apareceu desencurvando minhas têmporas, devolvendo o riso que escapara pelas brechas da telha. Incentivou-me a ligar o rádio e plantar hortaliças. Apontava para um letreiro brilhante e invisível onde cabia o nome da Brisa, dos irmãos, mãe, familiares e todos os amigos. E só de ver aqueles nomes eu começava a existir diferente. Recorria ao esmero de seus abraços e tudo ganhava cor e sentido.
Meu ajudador, santo prudente, homem histórico e destemido venceu a morte e a fraqueza dos dias de desassossego.
Permanece ao meu lado gerando justas sentenças, provisão e amor sem cotas. Continua alinhando meus planos na beirada das noites e na aurora de cada manhã. Nem em sonho repousa. E se não fosse a certeza que ele me guarda, vigia e protege com o afinco dos famintos que espera a mesa posta, sinceramente não sei, não sei o que seria de mim.
Devia ter mal hálito e unha encravada. Talvez roncasse e assuasse o nariz de modo estranho.
Seus vizinhos não botavam fé nem achavam graça nas suas feituras, mas ele curou um cego que gritava seu nome desesperadamente, fez viver o filho da viúva que morava em Naim, Lázaro e a filha de Jairo.
Talvez não soubesse nada de carpintaria. Talvez tivesse feito com pedaços de ripa seus primeiros brinquedos. Talvez gostasse do cheiro da madeira ou nunca pegasse no martelo.
Talvez escrevesse sonetos e os declamasse para suas preferidas. Isso de certo a gente nunca vai saber.
Sabemos que era um galileu bronzeado e eloquente. Falava com a autoridade própria dos sábios e com a humildade de uma criancinha amável. Foi pregado no madeiro, mas vive.
Sei que ele andou comigo pelo vale da sombra quando a morte passou pela minha vida. Acudiu-me nos dias de infinita dor e desesperança. Nos latejos da penúria quando gigantes se enfileiravam para jogar setas em minha tenda ele esteve comigo. Nas noites de saudade impune e chororô no travesseiro ele vem e permanece em silêncio e passivo.
Quando fiquei mais precária e trêmula ele passeou comigo. Ensinou-me sobre desertos e na secura mais alta retirou do seu odre a melhor água e me hidratou.
Quando adoeci de ausência ele apareceu desencurvando minhas têmporas, devolvendo o riso que escapara pelas brechas da telha. Incentivou-me a ligar o rádio e plantar hortaliças. Apontava para um letreiro brilhante e invisível onde cabia o nome da Brisa, dos irmãos, mãe, familiares e todos os amigos. E só de ver aqueles nomes eu começava a existir diferente. Recorria ao esmero de seus abraços e tudo ganhava cor e sentido.
Meu ajudador, santo prudente, homem histórico e destemido venceu a morte e a fraqueza dos dias de desassossego.
Permanece ao meu lado gerando justas sentenças, provisão e amor sem cotas. Continua alinhando meus planos na beirada das noites e na aurora de cada manhã. Nem em sonho repousa. E se não fosse a certeza que ele me guarda, vigia e protege com o afinco dos famintos que espera a mesa posta, sinceramente não sei, não sei o que seria de mim.
Um cheiro de bem
querer em TODOS.
Feliz domingo de Amor comprometido.
Feliz domingo de Amor comprometido.
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