terça-feira, 3 de setembro de 2013



Mãe, no domingo fui às lojas americanas, eu e o Poeta. Vi essa lavanda e pedi para ele comprar. Quis sentir o seu cheiro Mãe, lembrar como seu perfume era escolar e pacífico.
Lembrei-me também de quando a senhora desidratava folhas para enfeitar as paredes.
A senhora nunca teve semblante grave Mãe, por isso em tardes de chuva brandinha eu te lembro. Lembro-te recitando alguns mandamentos, esquecendo-se de cuidar dos dentes, perdendo chaves, guardando fitas de cabelo na bíblia.
Lembro-te dizendo que Deus prover tudo: alimento, sonhos, saúde, calor de velas e pés de chá.
Hoje sei; Ele prover isso tudo e muito mais Mãe.
Tiro a lavanda da caixa, abro a tampa e sinto seu cheiro. Peço para Brisa tirar um retrato. Amanhã é dia de quimio e vou ter que desligar.
Lembre-se que ainda tenho medo de almas e não aprendi a escapar das lágrimas como faz as boninas.

Um abraço amoroso em TODOS.

Um comentário:

Alfredo Rangel disse...

Também tive uma mãe assim. Por isso me corre esta lágrima, única, ao te ler. Pena não encontrar nas lojas americanas o não perfume que ela usava. Vc me fez lembrar dela. Terei de voltar aqui, abrir o vidrinho e te ler novamente. Sempre!