A cada volta sua
retiro o coração da gaveta empoeirada
ponho o relógio para sonhar
atendo o telefone
guardo o luto
escrevo carta num céu de pétalas
e até julgo o amor como eterno...
A cada volta sua
acendo as estrelas uma a uma
desembrulho a noite de lua
incentivo o por de sol
rego as florestas com assobio doce
separo os livros
capricho na sopa de coentro
e confirmo minha grande sorte
ao lembrar teu sorriso clarim
(agora, não mais metálico)
sinto até vontade de cantar
Deixa-me os sonhos teus
para eu brincar com eles de novo
dá-me teus cabelos breu
para enfeitá-lo com as flores azuis
que eu mesma as colhi
(em tempos de insônia e saudades)
descalça, na bruma da aurora
e com a falta tua
costurada no peito...
Zenilda Lua
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