domingo, 20 de janeiro de 2008

Chama no pavio da lamparina


Prossigo lume simplista. Vento sertanejo tentando mover os moinhos (que tendem a cochichar largamente em plena tarde de janeiro). Sonhando com a Ilha dos Querubins, lembrando o tempo que me pelava de medo do papa-figo, do cigano andarilho (que diziam invadir roçados), do Barba Azul, e outros seres que penduravam-se na minha inocência febril.. Enquanto isso, conservo o olhar de vigília igualmente ao da infância quando maravilhava-me com a vitrine da única loja de brinquedos da minha cidade: Lindas bonecas de olhos seda, zoológicos sorridentes de pelúcia brilhante, jogos diversos de todas as cores e eu amando desesperadamente aqueles brinquedos sem esperança e sem inveja. Eu os possuía em sonhos. Pois sabia que precisava me contentar com bonequinhos mirrados de pano modesto, bichinhos de lata, caravelas feitas de madeira desinvernizada, etc. Ainda bem que outros encantos vingaram e eu continuo rastreando os vaga-lumes com a mesma simplicidade;( pés no chão e alma de alfenim), colhendo os lírios da última quimera, estornando a espera, admitindo mais amor e desejando um céu de porcelana para postar os poemas que não consigo escrever.
Zenilda Lua

Um comentário:

Marcos Eugênio disse...

E aí Zenilda, como está a família artista? Gostei do blog. Seu irmão tá fazendo sucesso na Rádio Espinharas. Apresenta um programa aos domingos que de grande audiência. É o nosso Pe. Chico. Quando tiver um tempinho dá uma olhada no meu blog de notícias: www.garimpandopalavras.blogspot.com
Abraços para Reginaldo.
Marcos Eugênio - Jornal O Norte