segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
Na compartilhação dos gestos somos todos sujeitos de direitos, esperançosos e criativos. Recolhendo os bons sinais das vias, amparados aos amigos sob o arco-íris da boa vontade e da benevolência divina.
Foram muitos e levara sua alma, sua feitura de dizeres, seu canto, seu silêncio e abraço.
Eu sei que permanecerão incontáveis diferenças internas mas JUNTOS somos mais fortes e bonitos!
Eu sei que permanecerão incontáveis diferenças internas mas JUNTOS somos mais fortes e bonitos!
Participamos com Poesia nos Pratos e foi muito válido!
Há dezesseis anos e nove meses completos, uma centelha de vida da mais alta sorte alojou-se em mim.
Eu que mais parecia uma vassoura na chuva, um graveto pendendo seco no estalo do tempo, passei a entender a valia do sagrado que Deus estendia-me com as duas mãos.
Dei de comprar vestidinhos bordados, sapatilhazinhas, bonecas de retalho, presilhinhas de cabelo.
Dei de querer pintar paninhos cheirosos para sua chegada.
E ela chegou numa esperada manhã de dezembro, pelas mãos cuidadosas da Dra. Denise, em meio à declamação e improviso de versinhos simples, num parto normal de apoucada dor.
Segurei-a no colo sem qualquer talento para explicações, porém certa que todas as dúvidas relacionadas ao amor, desapareceram pela infinita luz daquele olhar moreno tão puxado para o pai.
Foi assim Filha, que fizestes de minha vida um carrossel luminoso de acontecimento feliz.
Deixastes tudo ilustrado pela tua cor e cheiro.
Pelos teus passos, voz, livros, músicas, pedidos, cochilos e, principalmente pelo perdurar do teu riso doce.
Abonastes minha falta de traquejo para certos ritos, perdoastes minhas ausências, encheste-me de esperança com teus desenhos e dizeres de amor. Brincastes de correr comigo pelas viseiras da luz.
Brincamos de escutar o assobio das árvores, de acalmar o rio, de tanger borboletas, de plantar tomates, adivinhar canções e contar estrelas.
Segurando minha mão visitastes catedrais, templos e casinhas tristes nos fundões dos brejos.
Hoje compreendes a importância de um vaso sem flor e de um chão vazio.
Sofres quando proíbem as auroras.
És de bondade no estado genuíno das coisas.
Por isso estendo a minha manta preferida para te sentares com teus amigos no bosque, carrego teu violão e a capa de chuva, seguro o pratinho com tinta retinta para pintares o rosto de tristeza pelas injustiças dos avaros, levo água na garrafinha azul, para se acaso a tarde seca, lhe trouxer mais sede.
Sou planta cativa dos teus sonhos Filha!
A tua canção envolve todos os meus ramos. Torna-os festivo para te esperar.
E eu te esperarei sempre. Na posição materna de paciência e agrado.
Sofro com a possibilidade da tua ausência em minha vida.
Porque você me ensinou a ser muito melhor.
Reintegras minha essência, salva a poesia que às vezes julgo esvaída do meu coração desmiolado, cingido e acalentado pela sonoridade da tua voz, pela coleção de suas verdades, causas e singeleza.
Brisa, levo-a comigo por todos os meus alqueires, alarde, silêncio e roseiral.
Amo-te filha com um amor tão absoluto que me calo e acabo chorando, repleta.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Em meados de Setembro recebi um
telefonema da Professora Vanessa Santos, dando-me ciência de uma empreitada
literária e convidando-me para fazer parte dessa alegria. É claro que disse
SIM. Li e reli cada poema. Dialoguei com os alunos, participei de saraokê
realizado na Livraria Maxsigma e estive presente no lançamento do Livro que
aconteceu Quinta-Feira (06/12) na Escola Sônia Maria do Bairro Novo Horizonte. Escrevi algo nessas horas não consigo fazer silêncio.
O livro Paradoxo da Adolescência é um
projeto que nos enche os olhos e deixa a alma repleta de certezas.
“Às vezes é preciso esquecer o
aprendido que nos fez adultos para enxergar o mundo com novos olhos”.
É preciso enxergar a dor, a paixão, o
luto, a esperança, o desejo, as mágoas, a mais festiva das contentezas através
dos olhos de Beatriz, Brenda, Cathy, Eduarda, Giovane, Ingrid, Lawanda,
Leonardo, Letícia, Lucas, Luis Felipe, Natanael, Pedro Henrique, Rafaela,
Rochelle e Tahyane.
Jovens tomados pelo processo mágico que
a palavra desperta e nos faz acreditar que estamos destinados a voos mais
altos, a saltar sobre abismos, a visitar mundos inexistentes. “pontes de
arco-íris que ligam coisas eternamente separadas”.
Jovens que nos comprova que o encontro
gera o equilíbrio e nos faz esquecer a precarização educacional, as mazelas
sócio-cultural, a falta de acesso, de afeto, de possibilidade. As
desconstruções familiares, as lágrimas e as chagas. E pelo poder da palavra esses Jovens nos levam a navegar com as nuvens, visitar
estrelas, mergulhar no fundo dos rios e mares, visitar pirâmides e catedrais,
ouvir corais e suspiros de lágrimas abafadas, ver homens trabalhando e amando,
ler as canções que escreveram e com elas aprendermos que a vida se registra na
generosidade das coisas.
O que estamos lendo agora poderá ser
matéria prima do futuro. Se depender desses Jovens estou certa que
haverá mais saudade que lamento, mais êxito que remorso, mais afeto que conflito,
mais abraços que silêncio.
Porque como disse o Grande Mestre Paulo Freire é na intimidade das
consciências, movida pela bondade dos corações que o mundo se refaz. A educação
modela as almas e recria corações. A educação é a alavanca para as mudanças sóciais.
Por isso entre o avesso e o sonho garotas e garotos pintaram o invisível de uma
cor nova e bonita e ficou tão lindo de ver que até parece presságio
de amor caprichoso.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Um cordel para Paulo Barja
Numa noite enluarada
o telefone tocou
era a Sônia Gabriel
me pedindo com amor
um cordel bem preparado
para um poeta doutô
fiquei emocionada
com aquela incumbência
muita responsabilidade
um tanto de experiência
careço de mais melhora
Sônia, tenha paciência
Contudo, essa pessoa
a receber meu cordel
é de longe tão querida
bem merecida de céu
da gaveta tiro o lápis
muitas palmas e meu chapéu
Braulio Tavares me acuda
Janduy Dantas também
Ivanildo Vila Nova
Os Nonatos e mais uns Cem
que se utilizam de rimas
para enaltecer alguém
Logo esse alguém minha gente
é um ser especial
um professor um amigo
um cidadão de moral
um defensor de direitos
de cultura e paz global
Ele nasceu lá em Santos
cidade de alto mar
praia linda, sol brilhante
muita coisa a declarar
se diz feliz e santista
de time e de lugar
apaixonado por letras
e cultura popular
é músico, mestre,poeta
de Adriana é o par
é também pai de Bebel
Paulo Barja venha cá!
Venha aqui, de-me um abraço
deixe-me representar
esse povo que lhe ama
e que adora te ouvir cantar
declamar no megafone
e com a gente caminhar
Deus te proteja e te guarde
de todo mal desse mundo
ainda bem que viestes
trazendo afeto profundo
muita rima e alegria
conhecimento fecundo
que a flor da humildade
não se apague do jardim
que é o seu coração
bandeira branca, marfim
braço aberto pros abraços
migração de querubins...
com sotaque de sertão
e sobrenome de Lua
deixo-lhe com as palavras
porque a Ciranda é sua!
Assinar:
Postagens (Atom)