sexta-feira, 11 de novembro de 2011




Quando você chegar pratinando a maçaneta
tomarei de cheiro teu ombro direito
e nem vou esperar o terceiro pensamento...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A noite não ficou mais verde depois do grilo...






...Você e seu pai jogando água, maledicência e gritos para espantar o bichinho da goiabeira.
Você e seu pai desejando ver o pobrezinho florescer no bico de um pássaro.
Eu conheço bem de longe o desejo de vocês.
Torcem pela chegada do domingo pela textura do boizinho no churrasco. Degustam cada lasquinha de carne.
Trabalham na esfera proteína e azulejo cintilante, sempre.
Brindam-se na cumplicidade mordendo a borda do copo descartável.
Você e seu pai entregues a partida de futebol no estádio ou na sala.
A mesma camisa, lágrimas nos olhos e testa suada.
Você e seu pai, amor de encontros e durabilidade.
Seja ouvindo a música escolhida, seja tomando café na casa da avó em silêncio de sábado.
Você e seu pai sempre com assunto e soltura exposta.
Conversa de feira, de campeonato, boliche e temperos.
Abrem todo o infinito com a ponta dos olhos.
Olhos de cor idêntica e cabelos com os mesmos cachos.
Você e seu pai a mesma teimosia, gênio, esquecimento e virtudes.
Mãos de miudezas e quadril de covinhas.
Nem espero vocês me chamarem chego rica, soletrando as horas, repetindo-me no amor que os protejo e com a sorte de tê-los vou caminhando por entre beirais e rosas.

Zenilda Lua