domingo, 29 de junho de 2008

Ela está viva João...


(tanto quanto as curvas neblinosas de São Francisco Xavier)

... E arrasta os chinelos pelo meio da casa
atende o telefone majestosa
vai à janela espiar a chuva serenar terreiro
ainda bebe chá na mesma xícara de asa quebrada
molha a horta
passa brilhantina nos cabelos e não faz sigilo:
É doida por uma missa.
guarda o terço na cabeceira da cama onde dormita o ofício de Nossa Senhora
É uma mulher de cheiros, de tempero, poesia e entrudo...
Tem toalha de retalho estendida sobre a mesa
e no peito uma fogueira acesa em forma de Luzia e borboleta.

(Zenilda Lua)



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