sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017




Era uma orquídeazinha quase morta
só com duas folhas, sem perfume
deprimida por sentir tanto ciúme
da begônia que namorava o crisântemo
a levei com cuidado para um canto
e a deixei no tronco do manacá
dei-lhe água encorajei-a a superar
toda dor que lhe despertava o pranto
hoje a Ciça me chamou sem muito espanto​
apontando o cacho cheio de flor...

Tudo aquilo que tratamos com amor
resplandece, fica cheio de encantos!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Chegaram timidamente.
Ao clarear da terça-feira algo diferente acontecia.
Um desconforto palpável abaixo das costas, descendo "pros quartos", como dizia minha avó.
Pensei que fosse devido aos baldes de água reutilizável que apanhei da máquina de lavar para limpar a frente da casa e a área de serviço no final de semana.
Lombalgia se trata com pouco esforço, pensei comigo e voltei ao serviço sem exagerar.
Não adiantou. Fisgadas de parto normal envergava as entrelinhas de minha alma.
Dor. Dor. Dor.
Brisa, minha filha, no alto de sua sabedoria juvenil pediu para fazer uma massagem e advertiu:
Isso não é lombargia, mãe! É rins inflamado!
Pois era mesmo. A nefrologista estava sem brecha na agenda para me atender este mês. Mas o Clínico atestou.
Buscopan composto e soro foi mesmo que licor e amendoim.
Lembrei-me da minha mãe com suas receitas caseiras e curativas.
Água com limão e lasquinhas de gengibre antecipa a eternidade, ela sempre nos receitou.
Enchi várias jarras e copos. Bebi sem moderação.
Ontem não conseguia caminhar. Hoje danço até um forró.
A sabedoria carece de dor para crescer.
Não deixem de consultar um médico.
Beijo'Z no coração, cheios de razão terapêutica.